Amar o que for de
mais novo
Como o novo que vai
e
volta
com a mesma idade que
acaricia nosso corpo
avançando
ou
r
e
c
u
a
n
d
o
no tempo das idéias que não respeitam
mãos macias
ou
calejadas
e faz de cada dia o amar
do que for de mais novo
Seja a casa de portais encanecidos
seja o rosto brilhando as pérolas
de um olhar
seja o gosto pelo sol
ou a certeza mais bruta
que violencia os corações
dos marginalizados
e que em tudo isto resta um pouco
mas, muito mais que um só abraço possa conter
Amar o que for de mais novo
não o que for regido pelo tempo cronológico
mas, pelo tempo que transborda
no coração
de
uma
emoção
ou o que incendeia o rosto
no ódio desvairado contra as instituições
que sobrevivem à dízimos de sangue
Amar o que for de mais puro
mesmo no tempo em que pureza
e violência se confundem
assim como se misturam
o abraço amigo
e a estocada de um canivete
bêbado
ambos guardados na mesma cela
de um dia de santo qualquer
E o que for de mais novo
ser o mais velho de nossos corações
e o que for de mais belo
ser o mais sincero de nossas emoções
E o que for do amigo
ser nosso por toda a vida