Bem que poderia ser um quitute temperado com pequi e pronto para entrar no forno de um fogão a lenha. Mas não. A cobiça sobre os últimos remanescentes de cerrado e a omissão dos órgãos ambientais que se fazem moucos para o grito "silencioso" de centenas de comunidades tradicionais do Norte de Minas, coloca os cerrados como um bioma em estado terminal.
Sandro Gallazzi, na plenária final do III Congresso Nacional da CPT que foi realizado em Montes Claros, MG, convoca a todos nós a escutar o que nos dizem estas comunidades que, no Brasil inteiro, clamam para serem ouvidas.
Esta foto acima tem endereço certo: Desmatamento de cerrado localizado nas proximidades da barra do Córrego Zé Pretinho com o Ribeirão, de coordenadas Latitude 15°11'26.07"S; Longitude 42°22'18.52"O. São piquizeiros que foram abatidos, cortados e estão sendo queimados em fornos de carvão na região da Inveja / Ironbras no município de Montezuma, norte de Minas Gerais. É só ir lá para ver!
Faz parte de uma representação junto à Promotoria do São Francisco no sentido de coibir esta sanha sem limites que se instala nos sertões do Norte de Minas Gerais.
Faz parte de uma movimentação dos geraizeiros do Alto Rio Pardo que lutam contra o desmatamento dos cerrados e pela implantação de duas RESEX na região – Areião / Vale do Guará e Tamanduá.
RESEXs que podem proteger, com o povo dentro, uma pequena parcela dos remanescentes de cerrados, território cobiçado pelo complexo florestal siderúrgico que tem suas sedes arranjadas em grandes monopólios que dominam o comércio no mundo globalizado: Brasil, Canadá, EUA, Europa, Japão, China ...
É uma luta desigual!
Não é à toa que o IEF e a polícia florestal do Governo de Minas andam a passos lentos, imobilizados.
Não é à toa a omissão do ICMBio, órgão do Governo Federal, ao não criar as RESEX antes que suas áreas sejam totalmente descaracterizadas. RESEX que foram propostas há mais de cinco anos atrás.
As comunidades vivem receosas. Sabem que podem ser perseguidas se protestarem. As lideranças andam receosas. Sabem do risco que correm ao denunciar interesses poderosos como um que foi feito muito recentemente contra um empresário de Belo Horizonte que vem tentando grilar terras usando laranjas para receberem títulos legitimados pelo ITER. Não é só ele não. Tem muitos outros usando do mesmo ardil.
Então, os últimos piquizeiros passam a arder na boca dos fornos de carvão.
Ardem também em nossos olhos!
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